O negócio com veículos blindados não é de grande volume, não passa de 500 unidades por ano, mas mesmo assim a empresa melhor preparada para atender este pequeno nicho é a mesma que lidera o mercado brasileiro já há mais de dez anos: a MAN Latin America.
De acordo com João Herrmann, gerente de marketing de produto da MAN Latin America, a marca detém a liderança deste pequeno negócio com um share bem perto de 80%. “Os dados deste mercado não são muito precisos porque só é possível fazer um levantamento considerando as compras de cada empresa que atua no setor. Não há informações consolidadas”.
A MAN comercializa cerca de 300 unidades/ano de chassis para ser implementado com a “carapaça” dos veículos blindados que transportam valores. As principais implementadoras nacionais são MIB, SBB, Blinfort e Auto Life. Mas a MIB, que pertence ao Grupo Protege, do mesmo modo que a MAN, lidera o mercado com 80%.
Na mais importante feira de segurança pública e privada do País, a LAAD, que começou ontem e vai até amanhã, no Riocentro, RJ, a MAN apresentou seu “jipe forte”. Em termos de veículos, pode-se dizer, seguramente, que é a maior novidade do evento. Trata-se de um jipão mesmo, mas com tração 4×2, e montado sobre um chassis especialmente desenvolvido para este fim: 5.150 ECE.
Normalmente os chassis Volkswagen que são encarroçados para se transformarem em “carros fortes” são os 8.160 ECE e os 9.160 ECE. São aqueles veículos grandes, altos, que parecem um pouco com o famigerado “caveirão” do BOPE. “Mas estes veículos convencionais têm um problema, não entram em garagens mais baixas, de shoppings e prédios comerciais”, conta Herrmann, “por isso o Grupo Protege nos consultou para desenvolvermos um veículo menor”.
A MAN desenvolveu o veículo em conjunto com a MIB e o resultado é um jipão forte que tem a mesma capacidade de carga volumétrica do modelo convencional com a vantagem operacional e logística de entrar onde o convencional não entra. Além de outras vantagens: é mais ágil, mais econômico e até mais veloz. Qualidades conseguidas pela simples lei da física: é um veículo menor e mais leve.
De acordo com Herrmann, 85 unidades do modelo já foram vendidas para o Grupo Protege. A expectativa é produzir 300 unidades deste veículo por ano e, com isso, aumentar em 20% as vendas para este nicho de mercado. A MAN faz o chassis e a MIB o veste com o implemento. O motor é um Cummins de 4 cilindros e 150 cv e a caixa de mudança é ZF manual. “Mas já estamos estudando oferecer, como opcional, a caixa automática”.
Por Mauro Cassane,
editor-chefe do Portal Brasil Caminhoneiro